quarta-feira, abril 03, 2002



Rogério falou do outono e do frio que chega em Poa. Petrópolis apesar da distância geográfica possui semelhanças, como o clima ameno e o fato de ter sido colonizada por um povo europeu. Perguntou da vida e do cotidiano, das coisas comuns do viver. Gostaria de achar picolé de limão delicioso, já falei isso pra ele, mas não é algo que desperte o salivar na boca. Aliás, não ligo pra sorvete, no máximo profiteroles com calda quente de chocolate ou cassis. Estou de dieta, querendo matar os quilos que me afastam da minha calça 38. Perdi três e vou deixar o restante por aí....
As saladas têm sido a minha atual companhia. Fugi um pouco na Páscoa, é verdade. Mas, já contrabalancei ao retomar a semana congelando meus chocolates. Além destes, ganhei presentes, instituí assim para dar trégua à gula.
Pensando nela, andei meditando qual seria meu maior pecado. Creio que a preguiça. Sinto desânimo só de pensar em fazer exercícios. Estive numa fase malhadora, mas por uma série de circunstâncias e a minha falta de empenho, desisti. Voltei à ioga, onde encontro elasticidade, enrijecimento muscular e um estado íntimo harmonioso. Estou ainda pensando, librianos vivem pensando, se entro na capoeira ou se volto ao sapateado. A primeira eu nunca pratiquei e sinto que vou adorar fazê-lo, mexer o corpo ao som do berimbau. Já a segunda, o sapato com chapinha está lá no canto do armário esperando para voltar a ativa. É engraçado como a gente não esquece os passos básicos e sabe perfeitamente como fazê-lo tinir, produzindo os sons característicos de cada pedaço de metal, do agudo ao grave, além da batida singular com a ponta do sapato.
Certa vez,ao conhecer uma amiga virtual que morava nos Eua, ela disse ao me encontrar pessoalmente: você tem jeito de bailarina. Bem, eu questionei o porquê mas ela não soube explicar. Deve ser algo que trago desde menina, quando fiz balé clássico. Com o tempo diversifiquei pelo moderno, jazz, sapateado. Quem sabe numa das minhas encarnações eu tenha vivido num Rendez-vous, dançando Can-Can e bebendo muito vinho na companhia de Lutrec? Who knows?!
Quando adolescente cresci cercada de amigos que faziam de pincéis e tintas seu ofício e experimentavam as várias técnicas que iam sendo descobertas. Além dos que estudavam música e teatro. Tenho um pai desenhista de quadrinhos e uma mãe que dava aulas de artesanato. Apesar disso, não tenho tanta afinidade com o desenho, creio que a literatura esteja mais em sintonia.
Não levo jeito pra contar coisas pessoais. Mas, aqui abro uma exceção, moço, pra levar a você pequenos detalhes dessa minha trajetória.O restante é surpresa, linhas que serão escritas nos próximos dias que chegam embalados por esse clima outonal...folhas secas, desprendendo das árvores...bucólicas cores que a natureza vai pintando.