domingo, outubro 20, 2002

BLACK HOLE



Quem vem sempre aqui sabe perfeitamente dos aspectos obsessivos que delineiam minha atenção. Estou me referindo a ciência, a astronomia para ser mais exata. Não sou da área, mas há nessa essência investigadora, a necessidade jornalística de aprender, estudar e expandir fronteiras: O espaço, o infinito navegável e gélido, celeste pastel.
O terrestre que busca o encontro com o intangível macro. Aquilo que não é palpável, o que está além das possibilidades matemáticas até aqui conhecidas e amplamente usadas. Convenço-me de que a busca - por buracos negros, os grandes devoradores de estrelas, energia, gases, e até mesmo galáxias inteiras - é capaz de mobilizar não só aos que vivem a observar astros e planetas, mas a mim e a todos que, curiosos, querem entender um pouco mais daquilo que se esparge além da nossa atmosfera. Em nossa via de leite há um enorme orifício escuro, detectado por astrônomos alemães, que contrariando os hábitos até aqui conhecidos, vêm lentamente sugando para o seu interior somente uma pequena parcela do que está ao redor. É como se o buraco negro estivesse já lotado de energia e isso aplacasse sua voracidade desmedida. Os astrônomos acreditam que esse aspecto é decorrente da enorme quantidade de matéria já absorvida, o que acabaria por minimizar o efeito de sucção daquilo que gravita ao redor.
O grande usurpador de corpos celestes- denominado supermassivo, é resultante do colapso de estrelas gigantes - completamente alheio a nossa pequenez, continua, em seu movimento invasor, deglutindo tudo, possuindo ao bel prazer aquilo que passa próximo ao seu raio de ação, tomando para si o que afinal não lhe pertence, mas que lhe dá força e o faz crescer.