domingo, outubro 13, 2002

SENSAÇÕES

O cristalino refletia o dourado solar e a transparência envolvia meu corpo.
No espaço do mergulho ao retornar à superfície, o toque demorado e lânguido do vento estancou o tempo, arrepiando a derme quente, queimada, protegida por um fino tecido, colado, indubitavelmente encharcado.
Num súbito impulso, a brisa imobilizou-me. Lambeu cada reentrância, percorreu toda a extensão, tocou cada recôndito, provocou arrepio seguindo a nuca, a espinha e todos os cabelos existentes.
A pele em erupção, os pelos eriçados, o bico dos seios em pé, prontos a furar o pequeno triângulo, a quentura contrastando com o toque gelado da água. Choque, perturbação, infinitude do instante.