quarta-feira, julho 03, 2002



Alguém perguntou por onde andava minha alegria e eu não soube responder...ela deve estar escondida em algum beco, esquivando-se para não encontrar a tristeza que jaz aqui.
Guardei as fotografias do mural, arrumei as malas, peguei os livros, juntei cds, dobrei as roupas. São duas, ainda estão sobre a cama, me olhando...preenchi as gavetas vazias com outras mudas e ainda assim o cheiro impregnava minhas mãos....uma lágrima desceu....ainda escorre pelo canto do olho...
Pensei nos objetos que estão lá e a estória de cada um deles. Lembrei do primeiro encontro, da primeira vez que mirei seus olhos plácidos, azuis. Do primeiro ramo de rosas vermelhas. Da poesia que embalava nosso cotidiano, da felicidade em gestos simples e sem sofisticação. Das noites embebidas pelo tinto de Dioniso no mar de areia lambido pelas ondas...
Parece que a saudade não tem fim e tento convencer-me do contrário. Sinto-me só e não vejo perspectivas imediatas de paz. Hoje, particularmente, a ferida sangra e dói, e não tenho idéia de quando conseguirei fazer casca.