sexta-feira, julho 26, 2002

SÚCUBUS

Desnudo-me, sem pudores.
Avisa que eu deveria tê-los.
Estou sem proteções, exibindo-me à sua frente: provocação.
Cubro-me com a transparência de um véu rosado...corpo camuflado pela finura
do pano... desenho rubro, curvas rosáceas.
Uso uma das faces que mais te agrada: súcubus a profanar sua alma.
Não resiste e funde línguas sob o céu da minha boca.
Trago-o até a lua que ainda é cheia. Os raios clareiam seus olhos, eles me
fitam.
Incinero tal cordão de estrelas que cintila e cega na escuridão.
Estanco um segundo. Fotografo. Desespera-se com a falta de movimento.
Liberto cavalos selvagens e deixo que me faça sua esse instante.
Tranço sua cintura, miro pêlos do peito, encaixo-me.
Danço tomada pelo ardor secreto que retém....
Rompe caminhos estreitos, acreditando que te pertenço.
Foge, vai embora, transmuta o sentimento.
Vira o rosto e não deixa que o fixe novamente.
Não quer romance, é categórico.
Fala que eu não existo...ficção.
Talvez seja quimera, rajada a revirar suas folhas...
Palavras para noites insones, miragem ao amanhecer...