quarta-feira, julho 10, 2002

...RETALHOS...

O quarto crescente rabiscado no espaço dita a nossa pequenez. Já vi esse céu tantas vezes e nunca é o mesmo. Diante dos olhos as estrelas parecem fazer um novo percurso, estabelecendo constelações, conexões de luz e sombra. Sinto-me no todo, parte infinita.
A noite, firmamento de neon, perfumes que se confundem mediante o sopro gelado. Os mascarados e os trajes da estação...
A alma, as vontades compulsivas, os pensamentos repetitivos. A vida brincando de cronologia, desafiando o que chamam de tempo...o que significa afinal?!
Quantas rotas estabelecidas e outras completamente à mercê de ondas? Quantas partidas e chegadas? E sinto que o horizonte, a linha final só existe ali, na paisagem...
Quer batata? Quer chips? Quer Ana Lucia?
Aurê interrompe a conversa trivial diante do que se apresenta à mesa. Toma os ouvidos, o espaço com seu sopro de flauta, um velho conhecido....envolvendo o ar frio que sulca a derme...
O papel é pequeno, bloco de notas.
O desejo é pulsante, uma ressonância de tambor. O som alternativo provoca nostalgia e parece que não há conclusão. Será?! Chegarei aonde?! Reparto-me entre as novas curvas da estrada e, o esperado e confortável...sigo em frente...conto mais um dia.