quarta-feira, junho 05, 2002

VOCÊ AGE OU REAGE?

Ainda estou às voltas com o meu monitor, ontem ele pifou de vez, saiu até fumacinha. Só consegui deixar um recado no icq, baixar algumas mensagens e pufff! Lá se foi de vez o monitor. Aproveitei para pôr a leitura em dia, estou lendo compulsivamente, é o que me salva agora. Vim dar uma caminhada, parei aqui no meu irmão e vim ver como anda esse outro lado do mundo: o virtual. Baixando algumas mensagens, me deparei com um texto que gosto muito, de Elizabeth Ferron onde ela fala sobre agir e reagir e que cai bem para o meu momento, talvez caiba no seu:

Certa noite, há poucos dias, fui com um amigo à banca de jornais.
Ele comprou o jornal, agradecendo cortesmente ao jornaleiro.
Este, nem se abalou.

"Camarada mal educado, não é?", comentei.
"Ah, ele é sempre assim!", respondeu meu amigo.
"Nesse caso, por que continua sendo delicado com ele?", indaguei.

"Por que não?", perguntou meu amigo por sua vez, concluindo:
"Por que iria eu deixar que ele decidisse como eu devo agir?"

Pensando mais tarde nesse incidente, ocorreu-me que a palavra
importante era "agir". Meu amigo age com relação aos outros;
quase todos nós reagimos.

Ele tem senso de equilíbrio interior que falta à maioria das pessoas;
ele sabe como é, o que é, como deve proceder, tem convicções
próprias. Recusa-se a retribuir incivilidade com incivilidade, porque
assim já não seria senhor de sua própria conduta.

Ninguém é mais infeliz que aquele que apenas reage. Seu centro
de gravidade emocional não tem raízes em si mesmo, como deve
ser, mas no mundo fora dele. Sua temperatura espiritual está
sempre sendo elevada ou abaixada pelo clima social que o cerca,
e ele é uma simples criatura à mercê desses elementos. O elogio
lhe dá uma sensação de euforia, que é falsa porque não provém de
auto-aprovação. As críticas o deprimem mais do que devem,
porque confirmam sua própria opinião insegura de si mesmo.
As caras feias que lhe fazem ferem-no e a mais leve suspeita de
antipatia o faz amargurar-se.

A serenidade de espírito não poderá ser atingida enquanto não nos
tornamos senhores de nossas próprias ações e atitudes. Deixar
que os outros determinem se devemos ser rudes ou corteses, se
devemos exultar ou ficar deprimidos, é abrir mão do controle sobre
nossa própria personalidade, que, afinal, é tudo quanto possuímos.

Parece difícil?