sexta-feira, maio 03, 2002


Minha vida realmente é uma estória cheia de acasos felizes. Muitos deles divertidos, outros inóspitos, coisas que acontecem quando eu menos espero. Acho que já contei pra muitos que amo Astrologia e faz tempo que estudo essa linguagem de signos, símbolos e planetas. Pois então, eu fui fazer uma entrevista de trabalho outro dia, com um conhecido astrólogo que está construindo um potente estúdio de som em sua casa. Não preciso dizer que antes da entrevista ele já havia pedido meus dados, logicamente para fazer o mapa. Nunca vi astrólogo que se preze não fazer mapa até para saber se o dia é favorável aos negócios. Assim, como já era previsto, ele fez meu mapa. Sabia que na hora da entrevista ele abriria minha mandala e iria comentar o que via ou o que estava sentindo. E não deu outra.E o papo que era de trabalho acabou descambando para espíritos, ambientes e captação de energias. E foi gostosa nossa interação. Não sei se o trabalho vai realmente acontecer, mas sei que a nossa troca foi prazerosa. Saí com a sensação que o conhecia há muito tempo e em momento algum o encarei de outra forma, tamanha foi a empatia que rolou desde o primeiro aperto de mão.
Esse encontro é pra ilustrar o que aconteceu hoje. Saí para ir ao dentista. Cheguei no consultório e ele estava todo reformado, lindo. Um Renoir glorioso numa das paredes, uma arquitetura moderna, móveis funcionais, tudo com muito bom gosto. Bem, minha dentista é uma figuraça, pois, cada vez que apareço no consultório ela está envolvida numa nova onda espiritual. Para vocês terem uma idéia, ela é feita no candomblé, raspada para ser mãe de santo; já esteve envolvida na igreja Messiânica e dava johei após às reuniões; em outra ocasião, decidiu rezar o terço e ficou viciada nisso; pois, hoje, ela veio me falar em Dioniso. Eu achei tão sugestivo isso. Quantas voltas ela deu pra chegar a ele, a esse deus. Quis saber de Wicca, perguntou sobre o Deus de Chifres, Cernnunos, e eu fui contando a estória dele na Grécia Antiga. O mito, as particularidades que envolviam a festa de Dioniso. Contei que a comemoração durava três dias, sendo regada a vinho tinto e carne de bode. Imagina o que não rolava durante esses festejos. E o pobrezinho do bode acabou sendo tachado como símbolo do diabo pelos homens da Inquisição Católica. O animal hoje personifica o demônio cristão. Quantas atrocidades o homem faz em nome de Deus...ahhhhhhhh
Bem, mas pra encerrar essa estória, perguntei a ela se já tinha tido algum contato com a bruxaria moderna e ela disse que não. Fiquei de voltar no consultório para continuar o tratamento semana que vem e vou levar o material pra ela conhecer um pouco mais sobre o culto à Deusa e seu cônjuge, Dioniso.
É a grande teia invisível a trazer para perto tudo aquilo ou aqueles que vibram no mesmo diapasão. Ainda bem.