sexta-feira, maio 10, 2002

O OLHO DO DRAGÃO

Sonhei muito.Parecia filme infantil que de vez em quando pego na locadora. Lembrou “Dangerous and Dragons”, talvez por causa do mesmo tema. No meu caso, não existia um dragão inteiro, só os olhos. Simbolizavam poder e controle mágicos.
Fui parar numa pequena aldeia, tal qual o Tibet, cujo povo tinha olhos puxados,contudo eu não pude identificar a que raça pertencia. O que sei é que eram governados por uma dinastia imperialista, por uma mulher soberana. Ela trajava-se da mesma maneira que os outros moradores da região. É lógico que havia proteção na casa dela, que ficava localizada bem distante das outras residências, no cume de uma montanha.
Os dias eram ensolarados e a maioria usava roupas claras, o que contrastava com os cabelos negros, alguns soltos, outros modelados em transas e esculturas de coques.
Desde a hora que pus os pés nesse lugar tive uma visão: a de um objeto em forma de gota, como se fosse uma pequena caixinha de jóia, de porcelana. Fiquei com essa imagem retida na cabeça até a hora que tive a chance de conversar com a imperatriz. Depois de trocarmos formalidades e gentilezas, ela me contou que sabia da minha chegada, que eu a ajudaria a encontrar o olho do dragão. E eu ri e disse:
- Como vou achar algo que nem sei o que é?
- Na hora que puser os olhos nele, você saberá!
E apesar do encontro ter sido bem amistoso, continuei achando que ela estava exagerando e que eu jamais saberia onde encontrar tal peça.
Fiquei amiga da filha da imperatriz, uma adolescente alegre e engraçada. Vivia perambulando pelas casas e brincando com as outras meninas da mesma idade. Mas, ao invés de brincadeiras femininas, elas se misturavam aos meninos e faziam uma enorme gincana que durava dias.
Em meio às brincadeiras, e os contatos que fui travando, conheci o sacerdote do governo. No momento que pus os olhos nele, gelei.Senti uma energia ruim, como se ele oferecesse perigo. Quando me olhava sentia sua energia, pesada, misturada a uma ambição desmedida. No meio da conversa, ele falou:
- Sei porque você está aqui?
- Por que?
- Por causa do Olho do Dragão, ele sorriu, com um toque de cinismo.
- Não sei do que está falando.
- Sabe sim, e vai me ajudar a consegui-lo.
- Não, eu não vou, porque não sei do que está falando.
Apertei a mão dele e fui embora sem dizer nada.
Pra encurtar essa estória que já está ficando grande demais, depois de encontrar o primeiro olho - azul,no mesmo tom do lápis-lazúli, que ao ser tocado ganhou vida - encarei uma batalha corpo a corpo com esse gênio do mal, mas não foi definitiva. Ele fugiu do confronto final. Mais pra frente, tive pistas e fui intuída de onde estava o outro olho, o vermelho. E ao encontrá-lo, na minha mão também ganhou vida.
Com a ajuda da filha da imperatriz, enfrentamos a mais forte guerra contra ele, o sacerdote. Não preciso dizer que o final foi feliz, pois conseguimos vencê-lo e entregamos à soberana o olho que faltava. Assim, a estória dos olhos do dragão foi encerrada.
Acordei e fiquei rindo do sonho. Surpresa de como pude lembrar de todos esses detalhes e com a sensação de missão cumprida. Já passava das onze horas da manhã...