quinta-feira, fevereiro 14, 2002

Abri os olhos e a sensação boa de estar com amigas que não vejo há tempos deixou aquele sorriso espontâneo que surge quando a gente lembra de quem se gosta. Foi um sonho mesclado, cheio de pessoas conhecidas e até o cachorro fila do meu irmão, aquele gigante apareceu abanando o rabo pra mim.
Como sempre eu não sei como tudo começou. Quando consigo lembrar dos sonhos eles sempre parecem fotografias, quadros imortalizados pela mente, flashes pipocando ininterruptamente.
Não sei como fui parar na casa de Letti. Aninhagon estava esparramada num sofá, de vestido branco curto, tipo frente única. O vestido era semelhante ao de Marilyn Monroe em 'O Pecado Mora ao Lado'. Ria pra mim, mas dizia que estava chateada com algo que estava acontecendo na vida dela. Falou sobre distância e abandono e eu não consegui registrar por completo o que não estava bem. Subitamente Letti apareceu. Usava um anel de cobra, tal qual o que estou usando agora, no dedo médio, a cabeça é de abalone e o rabo tem uma curvinha. O dela era de macassita, aquelas pedrinhas todas brilhando sobre o fundo escuro. O desenho das serpentes era idêntico. Eu dei meu anel a Claudia e pedi que o usasse junto com o seu de mesmo desenho. Ela riu e disse que havia gostado, que tinha ficado bonito, apesar dos dois anéis estarem num mesmo dedo.
Acordei e fiquei pensando se havia algum significado especial para o sonho. Sei de todas as representações para a figura da víbora, como sabedoria, o aspecto fálico, traição e todas as interpretações que povoam as crendices populares e os que se dedicam a decifração dos sonhos. Ainda assim, não compreendi o sentido. Talvez eu tenha ficado impressionada com a crônica que ela escreveu sobre o Senhor dos Anéis e isso de alguma forma ficou impresso no inconsciente. Será que entregando meu anel de poder me livraria do 'peso' que pendia sobre meus ombros?