segunda-feira, janeiro 28, 2002

Abri o jornal e dei de cara com a Tecnovilas de Antônio Kleber. Ele, sentado feito Buda, lendo email em seu laptop. Engraçado, porque Aka para mim é um ser realmente do bem. Muita gente diz que ele é do mal, pra mim não. Já tive a oportunidade de conhecer um pouco do aparato high tech que toca cada pedaço de sua casa. E é impressionante o que ele está construindo no interior do estado do Rio. Uma fusão de tecnologias, do velho engenho que produz energia à mais sofisticada engenharia de satélites. Uma fusão que eu já escuto faz tempo, desde que me encontrei com a idéia de comunidades alternativas, auto-sustentáveis. Não aquelas ligadas a religiões e comprometidas com ideais financeiros. Falo das com cunho idealista, preservacionista e ambiental. Esse projeto cabe perfeitamente no que eu entendo por uma sociedade moderna usufruindo tudo aquilo que há na terra e também de todo o conforto que a globalização pode nos oferecer com sua chegada. Nos mantemos ligados, conectados, plugados. Uns com os outros, como num grande sistema amarrado, mas perfeitamente solto, (in)dependente.
Deixei um recado, parabenizando-o pela empreitada. Eu e meus ideais da sombra aquariana. Uma ilha numa infinita teia de aranha, amarrando o mundo ao seu avental. Ainda penso um dia pertencer a essa teia vanguardista, aqui do meio do mato também, distante dos grandes centros que nos parecem engolir. Dessa janela virtual, debruço, e enxergo: ao redor, embaixo, encima, os milhões de pontos, spots na constelação cibernética. Daqui vejo a vida, o mar, o rio, aquela cidade costeira, a grande metrópole, o tudo e o nada, sem limites, sem amarras, sem pressupostos, sem melindres, sem protótipos sociais. Daqui vejo aí, me finco lá e estou, sempre, fazendo parte. Estou presente. É a vida representada por essa lemniscata, o infinito que não cansa nunca de recomeçar.